sábado, 15 de março de 2014

Tempo de plantar, tempo de colher, tempo de engravidar, tempo de nascer - parte II



Antigamente, quando não existia cesárea, era natural ter filhos de parto normal. O parto era algo íntimo, familiar, caseiro. Por isto, tudo acontecia com grande naturalidade, as mulheres tinham seus filhos em casa com a ajuda de parteiras e muitas vezes até sozinhas, sem anestesia, sem saber o tamanho do bebê, a posição, enfim, elas pariam! 
Com o surgimento dos hospitais, o parto passou de algo natural e íntimo a ser um problema médico, quase que uma doença. A mulher passou a ser incapaz de parir sozinha e começou a depender dos médicos e da parafernália do hospital, porque agora tudo o que se fazia tranquilamente em casa, passou a ser feito no hospital e por médicos. Longe de sua casa, de sua família, com intervenções e proibições, a mulher deixa de ser a protagonista do parto para ser mera expectadora. As taxas de cesárea não param de crescer desde então porque não se sabe mais como dar à luz a um filho. Este fato é triste e lamentável, pois a mulher está sendo privada do privilégio de parir seus filhos naturalmente. Nos tornamos medrosas e impotentes, temos receio da dor, mas não temos medo das complicações, que podem ser fatais. 
Muitas mulheres ficam grávidas, passam meses preparando um quarto, comprando coisas, pintando, escolhendo os detalhes, investindo tempo e dinheiro no enxoval, mas não passam mais de 20 minutos lendo um livro sobre parto, por exemplo. Não pesquisam para saber como é e o que é, quais as complicações, quais as melhores opções. Simplesmente acredita-se que tudo o que precisamos vai ser informado pelo médico que, provavelmente, não quer que tenhamos um parto normal demorado e cansativo pra ele.
Por isto, se você está grávida, é importante saber que numa cesárea, a mulher fica o tempo todo deitada, imobilizada, ou melhor, amarrada (CRUEL, mas verdade!), não vê o bebê nascer, fica sem sensibilidade por causa da anestesia e, na maioria das vezes, mal consegue abraçar bebê depois que ele nasce. Mas como se não bastasse o fato da mãe não participar em nada do nascimento do filho e dos momentos que se seguem ao nascimento, tem a parte do bebê.
O bebê quando nasce por cesárea, não vai pro colo da mãe (imaginem o trauma), vai pro colo de enfermeiras, médicos que não o conhecem e que ele não conhece (veja os vídeos de cesárea no youtube e preste atenção na mãe olhando seu bebê chorar de longe sem poder fazer nada). Ele passa por procedimentos cruéis e nada necessários, fica longe do colo da mãe justamente no seu primeiro momento de vida extra uterina, quando precisaria mais estar perto dela. 
Vamos imaginar o que sente um bebezinho frágil e delicado, que passou a gestação inteira quentinho, seguro, sem muita luz, sem barulho, dentro de sua mãe, ouvindo somente a voz dela e sentindo a presença dela. Este bebê que está lá dentro bem tranquilo é retirado com força e vem ao mundo numa sala cheia de gente, com barulho, com luz, com frio. Ele não conhece aquelas vozes, aqueles cheiros, está ali sozinho, longe da mãe, do aconchego e do calor de seu seio, que é o lugar onde precisa estar naquele momento. O bebê é retirado, pesado, medido, aspirado, limpo e parece que nunca vai chegar a hora em que ele estará no colo de sua mãe. Os procedimentos desnecessários são mais importantes do que o seio da mãe. O bebê sofre desde o primeiro minuto de vida. 
Ou seja, além do fato de nascer antes da hora por uma cirurgia marcada, o bebê ainda passa por diversos traumas ficando longe da mãe. Daí a diferença de se ter uma equipe humanizada para o parto. Caso evolua para uma cesárea necessária, seu momento com o bebê continuará sendo respeitado.
Outro ponto muito importante sobre a cesárea, é que geralmente se faz entre a 36ª e a 38ª semana de gestação, sendo que a época normal de um bebê nascer é a partir da 40ª semana. Para um bebê, um dia a mais dentro do útero da mãe, representa crescimento, ganho de peso, maturidade, enfim, este tempo a mais pode impedir que o bebê fique numa U.T.I., por exemplo. Mas a cesárea eletiva não respeita o tempo do bebê, ela o arranca brutalmente do seu lugar, sem que esteja pronto, maduro, em condições de enfrentar o mundo. Daí porque um bebê que nasce de cesárea tem 120 vezes mais chance de desenvolver uma doença respiratória aguda.
Além da maturidade do bebê, que é fundamental para que ele nasça com saúde, prontinho para respirar, outra diferença importante para o bebê que não nasce de parto vaginal e que já foi comprovada cientificamente, é que durante o trabalho de parto, são liberadas substâncias que ajudam o bebê a se preparar para a vida extra uterina, além do contato com o canal vaginal e as bactérias da mãe que o colonizam, já preparando para o ambiente externo. Outro benefício do parto vaginal é que, no momento em que o bebê passa pelo canal de parto, sofre uma compressão no tórax, o que elimina uma boa parte do líquido amniótico que traz nos pulmões, favorecendo a respiração.
Você sabia que 3,5 vezes mais mulheres morrem após uma cesárea do que um parto normal?
Precisamos mudar a cabeça da mulher brasileira para mudar também a forma de nascerem os bebês. Nossos filhos podem nascer de forma menos traumática, mais saudáveis e nós também somos capazes de dar à luz. Eu costumo dizer que o parto não é nada, difícil é o que vem depois....rs. O parto é um momento de alegria, de realização, de nascimento, de vida! 
Vamos deixar a cesárea ser um recurso maravilhoso que salva vidas de quem não pode nascer pela via natural?
Vamos buscar um parto com respeito, com dignidade, independente do seu desfecho. Se terminar numa cesárea indicada, mas for feita com respeito, com amor, esperando a hora da mulher e do bebê, colocando o bebê junto da mãe, é claro que foi um parto com respeito, ou um parto humanizado.


sexta-feira, 14 de março de 2014

Tempo de plantar e tempo de colher, tempo de engravidar e tempo de nascer - parte I



Terminando a nossa série de posts sobre parto, vou falar um pouco sobre a cesárea (em 2 posts) e também, sobre o que acontece depois que o bebê nasce (imperdível!!!).
A cesárea, como todo mundo sabe, é um procedimento cirúrgico para retirada do bebê de dentro de sua mãe. Podemos dizer sim, que a cesárea é uma das grandes maravilhas da medicina contemporânea. Afinal de contas, ela salva vidas! Porém, como toda intervenção cirúrgica, é um método artificial, invasivo, e por que não dizer agressivo de se retirar o bebê. Por isto, é que só deve ser feita em casos realmente necessários. 
A Organização Mundial de Saúde já afirmou que somente em 10 a 15% dos casos, é necessário fazer uma cesárea, porém no Brasil, as taxas são de 80 a 90% dos casos e no total (no serviço privado), e no total (serviço público e privado) são realizadas cesáreas em 43% dos casos, ou seja, 3 vezes mais do que o recomendado.
Primeiramente, quero deixar claro que eu não sou contra a cesárea, mas sou totalmente contra a cesárea eletiva (aquela que a gente entra no consultório e escolhe a data bonitinha e o horário conveniente - pro médico fofo que não quer esperar 18 horas um trabalho de parto - mas nada conveniente para o bebê). Deixa eu explicar:
Sou a favor desta intervenção cirúrgica nos casos em que não há possibilidade de nascimento saudável da criança pela via natural. Mas em casos extremos, verdadeiros mesmo, não em casos que se inventa uma desculpa, ou se conduz o trabalho de parto de forma tão desumana, que a mulher acaba entrando numa situação em que não consegue mais parir, daí acaba fazendo uma cesárea. 
Existem várias desculpas dadas pelos médicos para abrir a barriga das mulheres e retirar o bebê em 15 minutos, com data previamente marcada, o que é muito mais lucrativo e interessante pra eles. Daí porque o aumento da taxa de cesáreas no Brasil é tão grande.
Alguém que marca uma cesárea eletiva num paciente, não está nem aí para o fato de que um bebê que nasce antes do tempo, através de uma cirurgia marcada, tem muito maior chance de desenvolver problemas de saúde, enquanto o bebê que nasce em seu tempo, ou à termo, corre menor risco.
Tenho certeza de que nenhuma mãe quer arriscar o próprio filho, mas é isto que acontece quando uma mãe marca sua cesárea eletiva. Coloca-se a vida do bebê e a da mãe em risco desnecessário.
Se você quer ter um parto normal, fique atenta para alguns dos motivos que os médicos geralmente usam como desculpas para te conduzir para uma cesárea:
Bebê grande demais
Bebê pequeno demais
Mãe pequena demais
Mãe magra demais
Mãe gorda demais
Mãe com miopia (prometo que é verdade, já ouvi da boca de uma grávida que o médico disse que não poderia ter parto normal porque é míope)
Problema cardíaco
Bebê não encaixou (o bebê se mexe e muda de posição. Durante o trabalho de parto ele pode encaixar. Não marque uma cesárea porque ele ainda não encaixou, espere o trabalho de parto para tomar suas decisões)
Perda de líquido (o líquido vai sendo produzido pelo corpo que repõe o líquido que foi perdido - mas em alguns casos pode sim ser motivo para cesárea, o problema é que em vários casos não é)
Presença de mecônio no líquido amniótico - clássica (praticamente todos os bebês maduros produzem o mecônio, que é o cocô - mas na maioria dos casos, a presença do mecônio não é maléfica para o bebê. Porém, os médicos que não querem fazer parto normal já apavoram a gestante com a presença do mecônio ao invés de realizar o monitoramento do bebê e só realmente realizar a cesárea se ocorrer o sofrimento fetal)*
Circular de cordão umbilical - outra clássica! Falam que o cordão está enrolado no pescoço e que vai sufocar o bebê, mas não falam que um médico obstetra pode resolver esta situação facilmente e que o bebê não respira pela boca, portanto não será sufocado pelo cordão. 
Pressão baixa
Pressão alta
Diabetes, enfim...são muitas as desculpas. O fato é que uma mãe com problema de saúde deve e precisa priorizar um parto normal, que será melhor pra ela e pro seu bebê e não uma cesárea, que tem muito mais riscos de complicação.
Para saber se você precisa de uma cesárea, é totalmente fundamental ter uma equipe médica que acompanhe gestação e parto e esteja realmente voltada para o bem estar da gestante e do bebê. Quando o trabalho de parto é conduzido com respeito, sensibilidade e atenção, quando a equipe visa um parto saudável e busca o melhor para mãe e bebê, dificilmente haverá necessidade de uma cirurgia. Mas caso isto aconteça, seja por complicações com a mãe, seja por sofrimento fetal ou qualquer outra complicação com o bebê, a equipe vai avaliar durante o trabalho de parto. São raros os casos em que podemos antecipar que o parto deverá ser cesárea. Ainda assim, um médico consciente vai recomendar que a mulher espere entrar em trabalho de parto por ser muito mais benéfico para o bebê, como veremos no post 2.

*Veja neste blog um texto muito interessante sobre o que é o mecônio e quando sua presença é motivo verdadeiro para cesárea: http://vilamamifera.com/mulheresempoderadas/meconio-sinal-de-sofrimento-fetal/

Se você quiser saber mais sobre este assunto, em detalhes mais técnicos, recomendo a leitura deste artigo: http://www.mamaeneura.com/carinho-de-doula-9-razoes-para-desmarcar-a-cesarea/

domingo, 9 de março de 2014

Você precisa saber disto antes do seu filho nascer!!!



Resolvi escrever este post pois percebi que muitas pessoas ainda se confundem um pouco quando o assunto é parto. Eu mesma, quando fiquei grávida, não sabia usar toda a terminologia e não compreendia os nomes que eu ouvia: parto humanizado, parto normal, parto natural, etc. Fui aprender tudo depois que comecei a frequentar um grupo de preparo para gestantes com foco no parto humanizado. Foi aí que o meu universo se expandiu e comecei a ver o nascimento de forma bem diferente. Por isto, hoje eu falo pras pessoas que é IMPORTANTÍSSIMO se preparar para ter um filho! Frequentar reuniões, ler livros que informam sobre gestação e sobre parto, são coisas que não se pode deixar de fazer durante os meses que antecedem o nascimento. Afinal de contas, nós nos dedicamos tanto para coisas tão menos importantes, o nascimento de um bebê tem que ser estudado e compreendido pelos pais. Só assim você poderá fazer suas escolhas de forma consciente. O pré-natal é super necessário e também faz parte deste preparo, mas não é suficiente. Você precisa saber e entender bem suas escolhas quando o assunto é o nascimento do seu filho. Não confie somente na palavra do seu obstetra. Vá atrás de informações.
Antes de entrar no assunto do parto, queria compartilhar com as minhas amigas grávidas que o dia do nascimento da minha filha foi o dia mais especial da minha vida, o mais importante, o mais emocionante, o mais inesquecível. Trazer uma vida ao mundo é algo fenomenal, intenso, extasiante, demais! Me senti uma leoa, uma mulher de verdade, alguém capaz de parir e fazer nascer um bebê, o meu bebê! Tudo mudou em mim e nunca mais fui a mesma pessoa. Depois que se passa por um parto, algo muda dentro de nós, nos completamos como mulheres.
Mas vamos aos diferentes tipos de parto:
1) Parto normal tradicional: é o parto pela via vaginal. Esta modalidade de parto, apesar de ser vaginal, é cheia de intervenções médicas, o que o diferencia de um parto natural. As intervenções nem sempre são boas, na maioria das vezes acabam causando mais dor e fazendo com que o trabalho de parto seja mais sofrido e mais demorado do que seria naturalmente. Por isto, fique atenta, entenda quais são e como funcionam as intervenções e faça suas escolhas sempre visando que o seu parto seja tranquilo, menos doloroso e mais prazeroso (o parto pode sim, ser prazeroso!!!).
As intervenções mais comuns são:
1) A analgesia: aplicada durante o período expulsivo do trabalho de parto para que a mulher não sinta a dor das contrações e da expulsão do bebê. Não é uma intervenção ruim, se for feita por um excelente médico que consiga deixar a mulher com os movimentos da perna e controle do corpo. O problema é que, apesar de não sentir a dor do parto, a mulher acaba perdendo a consciência do seu corpo, o que atrapalha um pouco no momento de fazer a força para o bebê sair. A anestesia pode acarretar numa demora do período expulsivo no parto e também diminui bem o controle da mulher sobre a situação.
2) A "aceleração" do parto através da ministração da ocitocina sintética na mulher. A ocitocina é um hormônio produzido pela mulher durante o trabalho de parto, que faz com que ela tenha as contrações uterinas. A ocitocina sintética, obviamente, não é igual a natural produzida por nós, ela faz com que a mulher tenha contrações, porém são mais doloridas e mais intensas do que as contrações naturais. A ocitocina artificial serve para acelerar o trabalho de parto, tornando tudo mais rápido, para que a mulher não fique horas ocupando um Centro Obstétrico no hospital. Além de causar mais dor, ela também atrapalha o rítmo natural das coisas fazendo com que a mulher perca um pouco o domínio da situação, novamente. Existem casos em que a Ocitocina precisa ser aplicada, como por exemplo um caso de uma gestação que já passou de 41 semanas e ainda não entrou em trabalho de parto. A ocitocina vai funcionar para indução do trabalho de parto. Mas o seu uso deve ser decidido pela gestante consciente do que está fazendo, e não forçada, como acontece nos partos normais.
3) A terceira, e mais horrenda intervenção praticada no Brasil durante o parto normal, é a episiotomia, que é uma incisão feita na região do períneo (área muscular entre a vagina e o ânus) para ampliar o canal de parto e prevenir que ocorra um rasgamento irregular durante a passagem do bebê. Ou seja, é feito um corte com bisturi lá em baixo, durante o trabalho de parto, para que o bebê saia com maior facilidade. Só que já foi comprovado que não facilita em nada o parto e ainda causa mais dor e mais sangramento na mulher. A episiotomia não tem base científica para continuar sendo praticada, mas infelizmente, ainda é muito comum no Brasil. Na minha opinião é uma violência obstétrica contra a mulher que, na maioria dos casos, nem sabe o que será feito nela. Simplesmente vão passando a faca na vagina da mulher em trabalho de parto, sem seu consentimento, sem perguntar, sem explicar. Já foi comprovado que a laceração natural que pode ocorrer no períneo em decorrência do parto, é bem menos dolorosa e, muitas vezes, menor do que o corte da episiotomia. Além disto, a laceração natural cicatriza mais facilmente por ser "natural"e dói bem menos.
4) Raspagem dos pelos púbicos na gestante em trabalho de parto (só que ainda ninguém entendeu como os pelos atrapalham o parto). Além de ser constrangedor para a mulher, raspar os pelos só tira a proteção natural do corpo. Mas infelizmente, é praticado no Brasil - e não conheço outros países que pratiquem tal violência obstétrica.
5) Lavagem intestinal também entra pra lista das intervenções desnecessárias. Não consigo imaginar uma pessoa em trabalho de parto, sentindo dores, em um momento sensível e delicado, ter que passar por uma lavagem intestinal totalmente sem sentido. Na maioria dos casos também não é dada nenhuma opção ou explicação.
2) Parto natural: é o parto pela via vaginal sem as intervenções citadas acima. Pode ser feito de cócoras, dentro da água ou da maneira que a mulher se sinta mais à vontade. É natural porque acontece de forma natural, sem forçar, no tempo da mulher e com o mínimo de intervenções dos médicos. Não é que a mulher é abandonada e pari sozinha, mas ela é conduzida sem um monte de toques e forças externas a ter seu filho de forma menos dolorosa e mais natural.
3) Parto humanizado: na verdade o parto humanizado não é um tipo de parto, mas a forma com que se conduz todo o trabalho de parto, nascimento e momentos pós-nascimento do bebê. Procura-se atender a mulher e o bebê em todas as suas necessidades mais profundas, respeitando o momento, as dores, os desejos e deixando que ela se sinta à vontade. Durante o trabalho de parto, é criado um ambiente seguro e calmo para que a mulher fique tranquila e relaxada. A prática de massagens é bastante comum, assim como as músicas que agradam à parturiente, pessoas que fazem com que ela se sinta bem, etc. O parto humanizado prioriza o bem estar da mulher e de seu bebê criando uma atmosfera de amor e respeito pela mulher. Ter um parto humanizado não significa que será um parto em casa, de cócoras, existe sim esta maneira de parir, ela é linda e pra algumas mulheres é a melhor, mas o parto humanizado pode acontecer no hospital, com respeito, com amor, cercando-se de pessoas que acreditam que esta é a melhor forma de fazer as coisas. Pode também ser feito dentro de uma banheira, em casa, num hospital preparado com banheira, a mulher pode até tomar anestesia, se for o caso. O que importa é que ela saiba tudo o que está acontecendo com ela e tenha o direito de decidir. Existem casos que o parto pela via vaginal se torna impossível, são minoria, mas existem, neste caso faz-se uma cesárea humanizada procurando respeitar a mulher e o bebê e proporcionar um momento especial também. O mais importante é que a mulher seja respeitada e considerada em tudo o que diz respeito ao nascimento do bebê. Quando o bebê nasce, ele não é tirado da mãe, fica lá com ela, sentindo seu cheiro, se familiarizando com o novo mundo, recebendo seu calor. Não é necessário tirar o bebê da mãe para pesar e medir logo após o parto, muito menos dar banho, aspirar seu pulmão (que é um absurdo de violência desnecessária - http://www.youtube.com/watch?v=Ihq1IESrlKE), pingar colírio, etc. Mas o que o bebê recém-nascido precisa é do seio e aconchego de sua mãe. Num parto humanizado, o bebê fica no colo da sua mãe - o lugar mais importante pra ele naquela hora - e ela fica com ele o quanto ela quiser. O bebê nasce de forma respeitosa, num lugar com temperatura amena, não com um ar condicionado gelado de hospital (que é um choque pra ele), com luz mais fraca, menos traumática, enfim, respeita-se mãe e bebê para que tenham este momento como algo precioso, calmo e emocionante. 
Algumas pessoas devem estar sentindo falta da Cesárea aqui, mas vou explicar porque não vou elencar a cesárea nos tipos de parto: simplesmente porque a cesárea não é um parto, é uma intervenção cirúrgica, e como tal, só deve ser praticada quando indicada (verdadeiramente, não por desculpas esfarrapadas como cordão umbilical enrolado no pescoço, presença de mecônio, não tem dilatação, baixa na quantidade de líquido, etc.). Para ter certeza de que você realmente precisa passar por uma cesárea, você precisa estar muito bem informado. Outra coisa que ajuda, é procurar médicos a favor do parto humanizado e que realmente defendem esta prática.
Mas, se mesmo sabendo de tudo isto, você ainda quer uma cesárea, recomendo que assista uma antes de bater o martelo. Não podemos esquecer que os riscos para mãe e bebê aumentam 3 vezes mais do que os riscos de um parto vaginal. Se você quer marcar uma cesárea eletiva, lembre-se que seu filho vai nascer antes da hora, sem estar pronto, de forma não natural e traumática (por favor, veja este video e saiba como vai ser com você http://www.youtube.com/watch?v=taSK04YupeI). Se o seu médico disse que você é paciente de cesárea, busque saber se você realmente é pois você está prestes a passar por um procedimento doloroso e arriscado para você e para o seu bebê.